Criar um Site Grátis Fantástico

ONLINE
3


Partilhe esta Página

 

 


Leia a coluna de João Paullo Silva

Leia a coluna de João Antônio Chagas

Leia as crônicas de Murilo Cruz


Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

 


 


Acesse seu email


A humanidade a cima de tudo
A humanidade a cima de tudo

Pois bem, caros leitores! Voltamos! E desta vez nos perderemos em filosofias e subjetivismos para que, com alguma sorte, possamos enfim chegar a uma conclusão objetiva e mais dista do campo idéias. Mas, o que mais somos, que não seres pensantes? E não é isto o que nos diferencia dos demais animais? Não é este o limiar de separação que nos beneficia ante os demais primatas peludos das savanas africanas? Bem amigos, isto seria nosso ponto de diferenciação e de fato o é na maioria dos casos, digo na maioria, porque ainda temos alguns seres humanos que, por lapso da natureza ou por influência do meio, se esqueceram de que o resto da espécie evoluiu e permanecem no mesmo estado bestial praticando atos de selvageria. Mas, de qualquer maneira, não é o comportamento de um indivíduo que o torna humano e, logo, não é o que o indivíduo faz com seu cérebro privilegiado que o tira desta condição. Somos humanos, pelo simples fato de que... nascemos assim.

Se admitirmos que o simples nascimento de um ser pensante, humano, por assim dizer, é fato suficiente para deste modo o considerarmos, cabe o questionamento: o que tira do homem aquilo que isto o torna? A morte. Tão somente a morte isto nos retira.

E se considerarmos, que aquilo que foi dito no parágrafo anterior, é verdade, somos obrigados a considerar também, que aquilo tão perfeitamente expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos se aplica a todos os seres humanos sem nenhuma distinção, não importando sua atuação condição. Sendo assim, tais direitos devem ser efetivos para todos. Absolutamente.

Correndo o risco de ser lixado na rua ou ainda na faculdade, venho com a máxima pela qual sempre sou criticado: um bandido, por pior ou mais brutal que seja seu crime tem o direito de ser defendido com a mesma paixão que o é, um cidadão de bem e trabalhador. Nisto pego o gancho para justificar que o bandido e o trabalhador se equivalem em humanidade, talvez aquele não reúna em si todas as características para ser considerado tão humano quanto aquele, mas ainda é tão humano quanto e, salvo exceções de natureza punitiva, este deve ser tratado da mesma maneira que aquela, no mesmo grau de dignidade.

Pacificados neste ponto, e tendo já feito como gosto de fazer: seguindo o exemplo dos nossos amigos açougueiros e, indo por partes, podemos adiantar-nos para este próximo parágrafo, quando partiremos do argumento de que, nas atuais condições em que se apresentam os presídios brasileiros manter seres humanos lá dentro amontoados, como se animais o fossem, sem o direito de exercer plenamente, ou ainda no limite suportável diante das circunstancias, seus Direitos Fundamentais é uma afronta clara à citada Declaração e ainda um crime contra toda a humanidade.

Sendo assim, é válido todo e qualquer ato na intenção de resgatar para estes indivíduos a sua dignidade. Entretanto, antes que me venham falar que estou cá, a defender a liberação desordenada de criminosos (conforme prevê lei que entra em vigor em 60 dias), deixo claro que sou a favor, conforme citei mais a cima, do exercício pleno da dignidade da pessoa humana, e que, em não havendo outra forma de garantir isto a estes prisioneiros, rendo-me a citada lei, porquanto esta é a forma mais efetiva que se apresenta para resolver este problema tão emergente. Quem sofre, tem pressa.

Dizer que a liberação destes criminosos expõe a risco toda a sociedade, é tarefa fácil e ainda, confesso uma declaração acertada. Mas os que isto defendem a plenos pulmões se esquecem do que mencionei na última sentença do último parágrafo: quem sofre, tem pressa. Até que se crie uma forma de solucionar o problema em definitivo sem expor, conforme mencionei, toda a sociedade em risco, esta é a maneira mais acessível para evitar que os prisioneiros sejam tratados como animais, o que não merecem ora, como pacificamos mais a cima, são seres humanos e continuarão assim sendo, até a ocasião de sua morte.

Em suma, não é porque estes indivíduos, em algum momento de sua existência, por algum motivo, se comportaram como se animais fossem, que desta maneira precisam ser tratados. O Estado deve dar tratamento digno a estas pessoas, sob pena de a eles se igualar. Voltando ao assunto da lei que breve entrará em vigor, cabe o ressalte de que, se seguida ao pé da letra e cumprida em seu completo teor, a ameaça real a sociedade não é tão grande quando se imagina a primeira vista.

É difícil pensar que o Estado se vê obrigado a amenizar o problema usando esta forma, deveras, ridícula, mas é mais difícil e decepcionante pensar ainda, que o próprio desleixo do Estado diante de situações como esta, cria seus próprios problemas e que, por incompetência evidente, faz sofrer todos os seus nacionais. Mas não vamos nos esquecer ainda de que todo o poder emana do povo, e que se a coisa está do jeito que está e que se a situação chegou ao ponto em que chegou ao passo de o país se ver obrigado a liberar criminosos, a culpa é de quem dá moldes a esse Estado. Subentenda-se.

São campos de concentração os presídios brasileiros. Hitler ficaria orgulhoso. Do inferno, ele deve estar sorrindo e se arrependendo de ter nascido na Alemanha, já que no Brasil, as pessoas se importam bem menos umas com as outras. Ou corrigimos este problema, ou acabaremos como o país germânico: falidos e atrelados a super potencias.